Por Tsadok Ben Derech
Machzor (plural: Machzorim) é o livro de orações que rege as celebrações judaicas de Rosh HaShaná e Yom Kipur.
Um fato bastante curioso é que em dois Machzorim do Judaísmo Ortodoxo há expressamente a exaltação do nome de Yeshua.
Em um Machzor publicado na Polônia, no século XIX, Yeshua é mencionado durante o ponto áureo de Rosh HaShaná, quando o shofar é tocado. Eis a página 131:
Transliteração e tradução:
Yehi ratzon milefanêcha YHWH Elohai veElohei avotai shetekiat
Que seja da tua vontade, YHWH, meu Elohim e Elohim dos meus pais que o toque
TaShRaT (קש“ק ) she-anachnu tokyim hayom tihiê merukêmet hayeriá
TaSHRaT que nós tocamos hoje seja bordado na cortina [do Templo];
Al yad hamemuná Tartiel keshem shekibalta al yad Eliyahu
Pela mão do encarregado [anjo] Tartiel, como recebeu pela mão de Eliyahu (Elias),
Zachur latov vi-YESHUA sar hapanim ve-sar metatron
Que é lembrado para sempre, e YESHUA, o Príncipe da Presença e Príncipe Metatron.
vetimale aleinu berachamim. Baruch ata baal harachamim
E tu nos encherá de misericórdia. Bendito sejas tu, o Senhor da misericórdia.
Explica-se.
TaSHRaT é um acróstico que se refere a determinada sequência de toques do shofar: Tekiá – Shevarim – Teruá – Tekiá.
A cortina (“véu”) refere-se àquela que ficava no Templo (Beit HaMikdash), separando o Lugar Santo (Kodesh) do Santo dos Santos (Kodesh HaKodashim).
Tartiel é o nome de um anjo.
Consoante o Machzor citado, durante a festa de Rosh HaShaná, judeus ortodoxos tocam o shofar e exaltam o nome do Mashiach:
“YESHUA, o Príncipe da Presença e Príncipe Metatron”.
Percebe-se com clareza que os judeus ortodoxos invocam abertamente o nome de Yeshua.
Há um outro Machzor, publicado por Herbert Adler e impresso nos Estados Unidos (1977) pela Hebrew Publishing Company, que é bastante semelhante ao primeiro. Mas este Machzor possui um detalhe interessante: em todas as suas páginas há, lado a lado, o texto em hebraico com sinais massoréticos (nikudot) e a respectiva tradução para o inglês. Porém, somente na página em que é citado o nome de YESHUA, o texto em hebraico está sem sinais e não há a tradução para o inglês. Ou seja, o judeu ortodoxo que publicou o Machzor fez questão de tentar ocultar o nome de Yeshua, deixando em branco apenas a página em que consta o nome do Mashiach. Não obstante, como dito, na página em hebraico o nome do Mashiach é visualizado facilmente:
Acima, grifou-se em vermelho a seguinte frase:
vi-YESHUA sar hapanim ve-sar metatron
“YESHUA, o Príncipe da Presença e Príncipe Metatron”.
Tendo em vista que os Machzorim citados são livros que condensam as antiquíssimas tradições judaicas, deduz-se que milhares de judeus ortodoxos, de longa data, já reconheceram Yeshua como o Mashiach de Israel, e por isso fizeram questão de exaltar o seu nome durante a festa de Rosh HaShaná.
Os judeus tocam o shofar em Rosh HaShaná e clamam pelo nome de Yeshua, que “coincidentemente” voltará à terra ao som do shofar:
“Porque, se cremos que Yeshua morreu e ressuscitou, assim também aos que em Yeshua dormem, Elohim os tornará a trazer com ele.
Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.
Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com o shofar de Elohim; e os que morreram no Mashiach ressuscitarão primeiro” (1 Tessalonicenses 4:14-16).
Nisto vemos a providência do ETERNO: todos os judeus que usam os Machzorim em apreço invocam o nome de Yeshua quando tocam o shofar, isto é, tanto os que creem quanto os que não creem no Mashiach. Em outras palavras, até mesmo os incrédulos são obrigados a engrandecer o nome de Yeshua HaMashiach!
Parece-nos que o ETERNO está fazendo uma prévia, pré-estreia, da profecia do rabino Sha’ul (Paulo):
Texto em aramaico de Fp 2:11 e respectiva tradução:
וכֻל לֵשָׁן נַודֵּא דּמָריָא הו יֵשׁוּע משִׁיחָא לשׁוּבחָא דַּאלָהָא אַבוּהי
“E toda língua confessará que YHWH é Yeshua HaMashiach para a glória de Elohim seu Pai”.
Após a aclamação de Yeshua, todos os judeus repetem o que está escrito nos dois Machzorim citados:
“E tu nos encherá de misericórdia. Bendito sejas tu, o Senhor da misericórdia”.
Atente-se, então, para este importante detalhe: todos os judeus invocam o nome de Yeshua e em seguida pedem a misericórdia do ETERNO. Trata-se de um ato simbólico, ainda que inconsciente, que aponta para o fato de que um dia todo o Israel reconhecerá Yeshua como Mashiach, cumprindo-se as palavras de Sha’ul (Paulo):
“Todo o Israel será salvo” (Ruhomayah 11:26)