Yom Teruá e o retorno do Mashiach

Yom Teruá e o retorno do Mashiach

Por Tsadok Ben Derech

Aqueles que são casados sabem que é “pecado mortal” esquecer-se do dia do aniversário da esposa, ou do dia do aniversário de casamento. Se o marido ama sua mulher, não poderia deixar de honrá-la em dias especiais. Da mesma forma, os profetas falaram de um casamento entre o ETERNO e seu povo, e isto gera o dever de fidelidade para com YHWH nos tempos apontados para celebrações festivas. Tal como nos relacionamentos humanos, não podemos esquecer as datas especiais fixadas por YHWH, sob pena de o nosso casamento espiritual entrar em crise.

As festas bíblicas são momentos em que paramos as atividades seculares e entregamo-nos totalmente Àquele que nos ama. É por tal motivo que o feriado bíblico é chamado de “Iom Tov” (Dia Bom). De fato, é bom entrar na presença do ETERNO para celebrar sua graça e sua fidelidade. Iom Tov é tempo de reflexão, de balanço da nossa jornada espiritual.

Aproxima-se a festa bíblica denominada “Yom Teruá”, conhecida por muitos como o dia do toque do shofar[1] (ou “festa das trombetas”, nas traduções para a Língua Portuguesa). No Judaísmo, Yom Teruá é o Rosh HaShaná (“cabeça do ano”), isto é, o Dia do Ano Novo.

A primeira dúvida que vem à mente de muitos é: se Yom Teruá é comemorado no primeiro dia do sétimo mês (Vayikrá/Levítico 23:24), como poderá ser considerado o Ano Novo (= Rosh HaShaná)? Que história é esta de Ano Novo no sétimo mês? Não deveria o Ano Novo ser no primeiro mês?

Por mais que isto possa parecer estranho às mentalidades ocidentais, as Escrituras apontam dois períodos distintos que marcam a virada do ano dentro do mesmo ano (“dois anos novos”).

Em primeiro lugar e por razões óbvias, o primeiro dia do primeiro mês marca um novo ano, que inicia o calendário religioso com vistas à celebração da festa de pesach (páscoa):

“E falou YHWH a Moshé [Moisés] e a Aharon [Arão] na terra do Egito, dizendo:

Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano” (Shemot/Êxodo 12:1-2).

Todavia, há outra virada do ano no sétimo mês:

“Também guardarás a festa de shavuot [das semanas], que é a festa das primícias da sega do trigo, e a festa da colheita na virada do ano” (Shemot/Êxodo 34:22, mediante tradução direta do hebraico).

No texto acima, há a menção de duas festas: 1) festa de shavuot (festa das semanas); 2) festa da colheita na virada do ano = festa de sukot (cabanas/versões em português: “tabernáculos”).

Ou seja, à luz do texto bíblico citado, a festa de sukot (cabanas) ocorre no período da virada do ano, donde se conclui que existe um “ano novo” no sétimo mês, mês de comemoração de sukot (Vayikrá/Levítico 23:33). Então, este ano novo deve recair necessariamente no primeiro dia do sétimo mês, já que, logicamente, em qualquer calendário o ano novo se inicia no dia primeiro do mês. E qual é a festa que recai no primeiro dia do sétimo mês?

É Yom Teruá (Vayikrá/Levítico 23:24). Logo, Yom Teruá é Rosh HaShaná (Ano Novo).

A festa assim está disposta na Torá:

וידבר יהוה אל משׂה לאמר

דבר אל בני ישראל לאמר בחדש השׂביעי באחד לחדש יהיה לכם שבתון

 זכרון תרועה מקרא קדש

כל מלאכת עבדה לא תעשׁו והקרבתם אשׂה ליהוה

Nossa tradução:

“E falou YHWH a Moshé [Moisés], dizendo:

Fala aos filhos de Yisra’el, dizendo: No sétimo mês, ao primeiro do mês, tereis descanso, memorial com teruá [תרועה], santa convocação.

Nenhum trabalho servil fareis, mas oferecereis oferta queimada a YHWH” (Vayikrá/Levítico 23:23-25).

E o que significa teruá?

Compulsando as Escrituras em hebraico, verifica-se que teruá possui as seguintes acepções:

1) Grito, como por exemplo: a) o grito do povo quando ouviu o toque dos shofarot (“trombetas”), e as muralhas de Yericho (Jericó) desmoronaram (Yehoshua/Josué 6:5,20); b) grito de alarme (Yirmeyahu/Jeremias 20:16; Yechezk’el/Ezequiel 21:27; versões cristãs: Ez 21:22);

2) Alarme para a guerra, que se emite pelo som do shofar (“trombeta”) (Yirmeyahu/Jeremias 4:19; 49:2);

3) O toque do shofar no dia de YHWH, reputado como o dia do Juízo (Tz’fanyah/Sofonias 1:14-16);

4) Grito de louvor ao ETERNO ao som do shofar (Tehilim/Salmos 47:6-7; versões cristãs: Sl 47:5-6);

5) Grito de regozijo, em um momento de aclamação ao ETERNO (Sh’mu’el Álef/1º Samuel 4:5-6; Iyov/Jó 8:21);

6) Grito em meio aos cânticos, louvores e ações de graça ao ETERNO (Ezra/Esdras 3:11);

Então, apesar de a palavra “teruá” não se referir, exclusivamente, ao toque do shofar, este é parte integrante das acepções do referido vocábulo hebraico.

Ante todos os dados bíblicos expostos, conclui-se que Yom Teruá (Rosh HaShaná) é uma festa que tem por finalidade levar o povo a literalmente bradar a YHWH:

1) por meio de cânticos e louvores (trata-se de uma festa tipicamente musical);

2) enchendo-se de júbilo e regozijo;

3) dando graças, porque YHWH é bom, e a sua graça dura para sempre;

4) tocando o shofar, para declarar a vitória do povo de Elohim;

5) tocando o shofar, para anunciar o dia de YHWH, que é o dia do Juízo sobre toda a humanidade.

Estes são ingredientes fundamentais da festa, e todos eles apontam irremediavelmente para a aliança com Yeshua HaMashiach. Senão vejamos.

Yom Teruá é uma festa de muitos cânticos alegres e louvores a YHWH.  Ora, existe uma antiga música israelita extraída de Tehilim/Salmos 118:26, que diz: “Bendito é o que vem em nome de YHWH”. Esta música foi usada para aclamar a entrada de Yeshua HaMashiach em Yerushalayim (Jerusalém), conforme retrata Matityahu/Mateus 21:9. E é esta mesma canção que será entoada quando Yeshua retornar:

“Pois eu [Yeshua] lhes digo que não me verão mais, até que digam: Bendito é o que vem em nome de YHWH” (Matityahu/Mateus 23:39).

No contexto da citada passagem, Yeshua lamenta a incredulidade de seu povo, porém, o Mashiach afirma que os habitantes de Yerushalayim (Jerusalém) iriam revê-lo quando reconhecessem que Ele vem em nome de YHWH. Ou seja, a condição para o retorno de Yeshua é o arrependimento do povo de Yisra’el, reconhecendo-o como Mashiach. E este arrependimento coletivo irá ocorrer com toda a certeza, a fim de se cumprir a profecia do rabino Sha’ul (Paulo): “todo o Yisra’el será salvo” (Ruhomayah/Romanos 11:26).

O arrependimento de Yisra’el, como pressuposto para a vinda do Mashiach, também é descrito no Talmud. Lecionam os rabinos que para trazer o Mashiach o povo de Yisra’el precisa se arrepender (Sanhedrin 96b).

No mesmo sentido, Rambam giza:

“O povo judeu será redimido somente pelo arrependimento, e a Torá já prometeu que [os judeus] se arrependerão ao final da galut [exílio] e serão redimidos imediatamente” (Hilchot Teshuvá 7:5).

Mesmo que o Talmud não seja a palavra inspirada do ETERNO, vale citar a constante ideia de arrependimento como pré-requisito para a vinda do Mashiach:

 “Todas as datas predestinadas para a Redenção já passaram, e o assunto agora depende apenas do arrependimento” (Sanhedrin 97b).

Quando os filhos de Yisra’el se arrependerem e retornarem aos braços do ETERNO de forma espiritual e verdadeira, o Mashiach lhes será revelado:

“Além disso, a mente deles [filhos de Yisra’el] era semelhante à pedra, pois até o dia de hoje o mesmo véu permanece sobre eles enquanto leem a Aliança; não lhes foi esclarecido, pois apenas pelo Messias o véu é removido. Até hoje, sempre que Moshé [Moisés] é lido, o véu permanece sobre o coração deles. ‘No entanto’, diz a Torá, ‘sempre que alguém se volta para YHWH, o véu é removido’” (Curintayah Beit/2ª Coríntios 3:14-16).

No texto acima, Sha’ul (Paulo) afirma que existe um véu cobrindo a cabeça dos israelitas, o que lhes impede de enxergar a verdade quando leem as Escrituras do Tanach (“Antigo Testamento”). Somente Yeshua HaMashiach pode remover este véu, quando a pessoa se volta para o ETERNO. Em outras palavras, quando Yisra’el se arrepender de seus pecados e passar a cumprir a Torá com pureza no coração, o véu será removido pelo Mashiach e Yisra’el enxergará a verdade: “Yeshua é YHWH”! (Fp 2:11, conforme tradução do aramaico).

Destarte, devemos aproveitar a festa de Yom Teruá para clamarmos ao ETERNO para que o nosso povo reconheça Yeshua como Mashiach e YHWH sobre todos.

Dissemos acima que, de acordo com o Tanach (Primeiras Escrituras), o vocábulo “teruá” significa altos gritos de louvor e regozijo. Interessante observar que o casamento de Yeshua com sua noiva é marcado com um altíssimo som de uma grande multidão, como o estrondo de muitas águas e fortes trovões, em meio a expressões de louvor (Guilyana/Apocalipse 19:6-8). Ou seja, existe “teruá” nas bodas do Cordeiro, o maravilhoso dia do casamento de Yeshua com sua noiva, que é o povo de Yisra’el  (sobre Yisra’el, a noiva de YHWH, leia todo o contexto de Is 49:18, 62:5 e Jr 2:2,32 e 33:11; Jr 31:30-33, nas versões cristãs: Jr 31:31-34).

Foi dissertado que Yom Teruá é o dia do toque do shofar e da vitória do povo de Elohim sobre seus inimigos. Tal vitória relaciona-se ainda com o Dia de YHWH, ou seja, o Dia do Julgamento, ocasião em que soará o som do shofar:

O grande dia de YHWH está perto, sim, está perto, e se apressa muito; amarga é a voz do dia de YHWH; clamará ali o poderoso.

Aquele dia será um dia de indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas,

Dia do toque do shofar [‘Dia de trombeta’] e de alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres altas.” (Ts’faniyah/Sofonias 1:14-16).

Ora, se o toque do shofar anuncia o dia da vinda de YHWH, para os netsarim (nazarenos) tal festa é de extrema relevância, porquanto Yeshua HaMashiach voltará ao som do shofar, isto é, o dia de YHWH é o dia do retorno de Yeshua:

“Porque, se cremos que Yeshua morreu e ressuscitou, assim também aos que dormem em Yeshua, Elohim os tornará a trazer com ele.

Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.

Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com o shofar [‘a trombeta’] de Elohim; e os que morreram no Mashiach [Messias] ressuscitarão primeiro.

Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.

Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (Tessalonissayah Álef/1ª Tessalonicenses 4:14-18).

Percebam: Yeshua HaMashiach voltará ao som do shofar. Ou seja, Yom Teruá, dia de toque do shofar, é muito provavelmente o dia do retorno de Yeshua. Então, celebrar Yom Teruá (Rosh HaShaná) significa festejar o retorno do Mashiach!!!

De acordo com o Talmud Bavli, m.Rosh HaShaná 16b, o Dia do Juízo será em Rosh HaShaná, ocasião em que serão abertos livros, inclusive o Livro da Vida e o Livro da Morte. A passagem talmúdica em apreço também registra que haverá a ressurreição dos mortos ao som do shofar, que é justamente o que diz o texto transcrito de Tessalonissayah Álef/1ª Tessalonicenses 4:14-18.

Se esta tradição for verdadeira, a volta de Yeshua realmente coincidirá com Rosh HaShaná (Yom Teruá), ocasião em que se tocará o shofar.

Confira o pensamento do Judaísmo Normativo:

“Quando o Messias estiver para chegar e a história da humanidade for transformada por novos tempos de paz universal, o toque do shofar será ouvido no mundo inteiro” (O Mais Completo Guia sobre o Judaísmo, Rabino Benjamin Blech, ed.Sêfer, página 162).

“A Tekiá Guedolá – o último toque longo do shofar – soa como uma nota mais alegre e lembra o grande dia, quando o grande shofar será tocado para reunir do exílio todo o povo de Israel, com a chegada de Mashiach” (Chabad, disponível no sítio: https://www.chabad.org.br/datas/rosh/indexEd.html)

Mister perquirir a simbologia do shofar. Eis alguns apontamentos da tradição judaica, aplicando-a ao Mashiach:

1) quando o povo de Yisra’el vagou pelo deserto, tocava-se o shofar para que todos marchassem, seguindo na direção correta. Em Rosh HaShaná (Ano Novo), o som do shofar deve renovar nossa jornada espiritual, na prática da Torá e no testemunho de Yeshua HaMashiach, que é a própria Torá Viva;

2) o shofar era usado para convocação à guerra. Atualmente, ao tocarmos o shofar em Yom Teruá, devemos nos recordar de nossa luta contra as inclinações para o mal, bem como da guerra espiritual que travamos contra HaSatan (Satanás) e seus shedim (demônios) (Efessayah/Efésios 6);

3) nos períodos da monarquia, usava-se o shofar para anunciar a proclamação de um novo rei. Em Rosh HaShaná, o Judaísmo Tradicional rememora seu relacionamento com o reinado de Deus. Quando se entoa o shofar, nós nestsarim (nazarenos) reconhecemos Yeshua como Rei dos reis (Ap 19:16), pois o Mashiach é YHWH (Fl 2:11, em aramaico); 

4) Outra ponto interessante do shofar refere-se ao episódio de Bereshit/Gênesis 22, em que Avraham (Abraão) leva seu filho Yits’chak (Isaque) para ser sacrificado. Quando Avraham estava prestes a imolar seu primogênito, YHWH impediu o homicídio, e proveu um carneiro para ser sacrificado no lugar de Yits’chak (Isaque). É do chifre do carneiro que se faz o shofar, e o Judaísmo Tradicional recorda-se da citada história envolvendo os patriarcas, quando o shofar é tocado. Para os netsarim (nazarenos), o shofar não nos remete ao carneiro de Bereshit/Gênesis 22, mas sim a Yeshua HaMashiach, o Cordeiro de Elohim, que tira o pecado do mundo (Yochanan/João 1:29). Tal como o carneiro foi imolado no lugar do patriarca Yits’chak/Isaque, o Mashiach morreu em nosso lugar (Yochanan/João 3:16 e Ivrim/Hebreus 9:12-14).

No retorno de Yeshua como Rei e Juiz, haverá um dia de julgamento para a humanidade (Matityahu/Mateus 25:31-46 e Guilyana/Apocalipse 20:11-15). De acordo com a tradição judaica, Rosh HaShaná, que recai em Yom Teruá, é o Dia do Julgamento:

“Rosh HaShaná comemora o dia em que Deus criou Adão e Eva – ou o aniversário do mundo desde que os seres humanos se conhecem por gente. Dia perfeito para, todos os anos, Deus julgar o mundo e todas as pessoas que moram nele. Por isso, Rosh HaShaná tem também um outro nome – Iom Hadín, o ‘Dia do Julgamento’.

No zodíaco, o signo que invariavelmente corresponde a Rosh Hashaná é a Libra, a balança. Pode-se dizer que este signo simboliza o significado desse período no calendário judaico. Os rabinos do Talmud afirmam que Deus usa Sua balança com o objetivo de pesar as ações de cada indivíduo. Em um prato, Ele coloca as boas ações de uma pessoa, suas mitsvót; no outro, coloca os pecados. O lado para o qual a balança pende determina o nosso destino para o ano que se inicia (…).

A tradição dá ainda um passo além nesta metáfora: algumas pessoas terão uma tal abundância de boas ações que serão inscritas imediatamente no Livro Divino da Vida e das Bênçãos. São os justos, que não têm com o que se preocupar. Por outro lado, há aqueles irremediavelmente perversos, para os quais a balança não somente pende, mas despenca para o lado do mal. Estes também têm o destino selado no dia de Rosh Hashaná: são inscritos no Livro da Morte e da Maldição” (Ob.Cit., páginas 158 e 159).

Discordamos dos seguintes pontos do texto supra: 1) tentativa de explicação das Escrituras por meio de signos do Zodíaco; 2) atribuição de um destino irreversível, porquanto a Bíblia prevê o livre arbítrio humano, cujo corolário é a capacidade de mudança de vida, obtendo-se o perdão do ETERNO. Excetuando-se estes erros, a transcrição acima possui pontos de contato com os Ketuvim Netsarim (Escritos Nazarenos/“Novo Testamento”), a saber:

1) Rosh HaShaná (Yom Teruá) se caracteriza como o Dia do Julgamento, e é bastante provável que este dia seja o do retorno de Yeshua, que se manifestará ao som do shofar, habitualmente tocado na citada festa (Tessalonissayah Álef/1ª Tessalonicenses 4:14-18);

2) os seres humanos serão julgados por suas ações. Yeshua também pesará as obras das pessoas (Matityahu/Mateus 25:31-46; Ya’akov/Tiago 2:17);

3) a tradição judaica fala do Livro da Vida e da condenação daqueles que nele não estão inscritos. Semelhante narrativa se encontra em Guilyana/Apocalipse 20:11-15.

Constata-se que o pano de fundo da tradição judaica é exatamente igual ao dos Ketuvim Netsarim (Escritos Nazarenos/“Novo Testamento”). Isto é, Rosh HaShaná é o Dia do Julgamento da humanidade, ocasião em que será tocado o shofar e os Livros da Vida e da Morte serão abertos, havendo a ressurreição dos mortos (Talmud Bavli, m.Rosh HaShaná 16b).

Não obstante, existe uma diferença fundamental: os netsarim (nazarenos) destacaram que Yeshua HaMashiach é o único caminho para a vida eterna (Jo 3:16-21 e 36, 10:27-28, 11:25-26, 14:6-7, 15:5-6, 23-25, 18:37; Mt 10:32-33; Lc 12:8-9; II Co 3:14-16; I Jo 2:23). Assim, se alguém segue verdadeiramente Yeshua, terá uma existência marcada pela abstenção de violações à Torá (1ª Jo 3:3-10), recebendo a salvação pela graça do ETERNO (Ef 2:8-10). Por outro lado, aqueles que rejeitam Yeshua estarão sujeitos à ira de Elohim (Yochanan/João 3:36).

CONCLUSÃO

À luz de todos os argumentos bosquejados, infere-se que há grandes chances de que Yeshua HaMashiach retorne em Yom Teruá, iniciando um Ano Novo (Rosh HaShaná) inesquecível na vida de seus discípulos.

Não se tendo certeza de quando isto irá acontecer, cabe-nos celebrar com intensa alegria a festa, ansiando por sua vinda com ardente expectativa. Toquemos o shofar com júbilo e regozijo, deleitando-nos nas promessas de YHWH.

Como noiva, aprontemo-nos, pois o nosso amado vem.

Que esta canção embale os nossos corações:

אֲנִי מַאֲמִין בֶּאֱמוּנָה שְׁלֵמָה בְּבִיאַת הַמָּשִׁיחַ

אֲנִי מַאֲמִין

וְאַף עַל פִּי שֶׁיִּתְמַהְמֵהַּ

עִם כָּל זֶה אֲחַכֶּה לּוֹ בְּכָל יוֹם שֶׁיָּבוֹא

Ani ma’amin        

be’emuná sh’lemá         

b’viat haMashiach!

ani ma’amin!

veaf al pi she’itmah’meha im kol-ze achake-lo

b’chol yom sheyavô

Eu creio com perfeita fé na vinda do Messias

E embora ele possa tardar, esperarei por Ele,

por sua vinda a cada dia.

 

 

 

 


[1] Instrumento feito com chifre de carneiro ou antílope. Possui alguma semelhança com o “berrante” brasileiro, embora seja diferente.

 

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