Por Tsadok Ben Derech
Moshé Ben Maimon (1135 a 1204 DC), conhecido como Maimônides, foi um filósofo judeu medieval cuja obra marcou profundamente os contornos do Judaísmo. Inconteste é que o escritor desenvolveu dogmas que são repetidos há séculos e séculos por judeus no mundo inteiro, sem investigar mais profundamente algumas questões à luz do Tanach.
Percorreram o mundo os 13 Princípios do Judaísmo engendrados por Maimônides, sendo que o terceiro assim prescreve:
אין לו דמות הגוף ואינו גוף
“Ele [YHWH] não tem forma corpórea e não tem corpo…”.
Segundo o Judaísmo normativo, a assertiva acima significa que seria impossível YHWH assumir eventualmente a forma humana.
Com base neste princípio, que é reputado como autêntica Declaração de Fé ou Dogma do Judaísmo, os judeus normativos criticam os discípulos de Yeshua partindo das seguintes premissas lógicas:
1) Premissa maior: YHWH não tem forma corpórea e não tem corpo (Maimônides), sendo impossível apresentar-se como homem;
2) Premissa menor: os netsarim (nazarenos) dizem que Yeshua é YHWH em carne, ou seja, YHWH manifestando-se em um corpo;
3) Conclusão: os talmidim de Yeshua estão errados, pois promovem o ensino de que YHWH pode assumir forma corpórea.
Tal ilação é errônea, caso seja devidamente confrontada com as Escrituras. Se a primeira premissa estiver incorreta, então, consequentemente a conclusão seguirá o mesmo destino.
Com efeito, já tivemos a oportunidade de demonstrar exaustivamente que, à luz do Tanach, YHWH pode se manifestar de diversas maneiras, inclusive em carne, como Yeshua HaMashiach (leia o capítulo IX do livro “Judaísmo Nazareno”).
Na obra citada, após dissertarmos por mais de 100 (cem) páginas sobre este tema, escrevemos à guisa de conclusão:
“1) YHWH é UM (echad), consoante Devarim/Deuteronômio 6:4; Yochanan Marcus/Marcos 12:29;
2) o Pai é YHWH (Bereshit/Gênesis 1:1; Yeshayahu/Isaías 63:16 e 64:7 ou, nas versões cristãs, 64:8);
3) o Filho, Yeshua HaMashiach, é YHWH (Yeshayahu/Isaías 9:5-6 ou, nas versões cristãs, Is 9:6-7; Yochanan/João 1:1-14; textos em aramaico de Filipissayah/Filipenses 2:11, Lucas 2:11; Ma’assei Sh’lichim/Atos 10:36; Curintayah Álef/1ª Coríntios 8:6 e 12:3; Colossayah/Colossenses 3:24; Ruhomayah/Romanos 9:5 e 14:9; Guilyana/Apocalipse 22:20, dentre outros inúmeros textos em aramaico citados ao longo desta obra);
4) a Ruach HaKodesh é YHWH (Bereshit/Gênesis 1:2; Yeshayahu/Isaías 63:1-11 e Tehilim/Salmos 51:1-11);
5) YHWH é UM e se revela aos homens pelas k’numeh do Pai, do Filho e da Ruach HaKodesh (vide os textos aramaicos de Yochanan/João 5:26 e Ivrim/Hebreus 1:3, bem como Curintayah Beit/2ª Coríntios 13:13). Não são Três Pessoas, mas sim o mesmo YHWH, que é UM, manifestando-se por três k’numeh distintas;
6) Todas as assertivas acima expostas são verdadeiras e têm por fundamento:
6.1) o Tanach, que prevê expressamente a ideia de emanações plurais do ETERNO, inclusive referindo-se ao Pai, à Ruach e ao Filho;
6.2) a B’rit Chadashá em aramaico, visto que afirma com todas as letras que “Yeshua é YHWH” (textos em aramaico de Filipissayah/Filipenses 2:11, Lucas 2:11; Ma’assei Sh’lichim/Atos 10:36; Curintayah Álef/1ª Coríntios 8:6 e 12:3; Colossayah/Colossenses 3:24; Ruhomayah/Romanos 9:5 e 14:9; Guilyana/Apocalipse 22:20, dentre outros);
6.3) os Targumim, já que explicam que a “Palavra (Memra) de YHWH” é o próprio YHWH, inferindo-se daí que Yeshua é uma manifestação do ETERNO, por ser chamado de “a Palavra” (Jo 1:1-14; Ap 19:13);
6.4) o Zohar, o Sefer Ietsirá e o Sefer Bahir, obras fundamentais da Cabalá, que são uníssonos no sentido de que o Ein Sof (Ser Infinito) se apresenta no mundo existente por meio de sefirot, sendo os Três Pilares do ETERNO chamados de Pai, Mãe (Ruach/Espírito) e Filho; estes não são três pessoas, e sim três emanações de YHWH;
6.5) os testemunhos de antigos rabinos, que ratificam as manifestações plurais do ETERNO, inclusive que o “Filho de Yah” é YHWH;
6.6) testemunhos do Cristianismo primitivo, apontando que a concepção de que Yeshua é o ETERNO advém do pensamento judaico, e representava, inicialmente, a crença da grande maioria dos crentes no Mashiach, judeus e gentios; somente em momento posterior ingressou a Doutrina da Trindade no seio da nova religião instituída por homens – o Cristianismo;
7) a Doutrina da Trindade possui origem no paganismo greco-romano e nunca representou a crença original dos primeiros discípulos de Yeshua. Para estes, crer em Três Pessoas significa politeísmo, o que é abominável aos olhos do ETERNO.
8) o conceito de que Yeshua não é YHWH, mas tão somente um ser criado pelo ETERNO e, portanto, inferior a este, tem suas raízes na mitologia pagã, acostumada com o panteão de deuses em que ao lado do “Deus Pai” existe um “Deus Filho”. Pensar em Yeshua como um ser criado, superior aos anjos e inferior a YHWH, equivale a reputá-lo como um “subdeus” ou “semideus”, o que é totalmente estranho ao pensamento israelita do primeiro século. Para os nazarenos, YHWH é UM, e Yeshua é a emanação do ETERNO em carne”.
Agora, chegou o momento de invalidar o ensinamento de Maimônides com fulcro no próprio Talmud, que é considerado divinamente inspirado pelo Judaísmo Ortodoxo. Ainda que não concordemos com este posicionamento, cremos que o Talmud muitas vezes retrata fatos históricos, dotados de veracidade. Assim sendo, merecem ser destacadas passagens comprovando a manifestação de YHWH em forma humana!
Há no Talmud um debate acerca do serviço do Kohen HaGadol (Sumo Sacerdote) em Yom Kipur. Trata-se de um embate entre os ts’dukim (saduceus) e os rabinos sobre o que o Kohen HaGadol deveria fazer primeiro: colocar o incenso sobre as brasas e depois entrar no Kodesh HaKodashim (Santo dos Santos), ou entrar primeiramente neste local, e em seguida acender o incenso.
Conta-se que um saduceu tentou adotar o procedimento de acordo com o seu próprio modo e terminou sendo exterminado por um anjo (Talmud Bavli, m. Yoma 19b e Talmud Yerushalmi, m.Yoma 1:5). No Talmud Yerushalmi, os alunos do rabino Abahu perguntaram-lhe como um anjo conseguiu estar dentro do Santo dos Santos, uma vez que eles tinham aprendido que somente YHWH e o Sumo Sacerdote é que entravam no Kodesh HaKodashim, ou seja, nem mesmo os anjos tinham permissão para entrar naquele lugar. Então, o rabino Abahu respondeu que esta regra somente se aplicava quando o serviço a YHWH era prestado corretamente, e não quando era realizado de maneira errônea.
Mais à frente, o Talmud Yerushalmi[1] narra a história de Shim’on HaTsadik, que serviu como Kohen HaGadol (Sumo Sacerdote), e disse que sabia quando iria morrer:
ארבעים שנה שימש שמעון הצדיק את ישראל בכהונה גדולה ובשנה האחרונה אמר להן בשנה הזאת אני מת אמרו לו מאיכן אתה יודע אמר להן כל שנה ושנה שהייתי נכנס לבית קודש הקדשים היה זקן אחד לבוש לבנים ועטוף לבנים נכנס עמי ויוצא עמי ובשנה הזו נכנס עמי ולא יצא עמי. בעון קומי ר’ אבהו והא כתיב (ויקרא טז) וכל אדם לא יהיה באהל מועד בבאו לכפר בקדש עד צאתו אפי’ אותן שכתוב בהן (יחזקאל א) ודמות פניהם פני אדם לא יהיו באהל מועד אמר לון מה אמר לי דהוה בר נש אני אומר הקב”ה היה
“Por quarenta anos Shim’on HaTsadik serviu em Israel como Sumo Sacerdote. Em seu último ano, ele disse para o povo: ‘neste ano eu vou morrer’. Eles perguntaram-lhe: ‘como você sabe?’. Ele respondeu: ‘Todos os anos, quando eu entrava no Santo dos Santos, havia um Ancião vestido de branco, envolto no branco, que entrava comigo e depois me deixava. Este ano, ele entrou comigo, mas não me deixou’.
Eles perguntaram ao rabino Abahu: Isto não quer dizer que nenhum homem entrará na Tenda do Encontro quando ele entra… mesmo aqueles que são chamados de ‘homem’ (anjos)?
Ele os replicou dizendo:
‘Eu disse que ele era um homem (ou um anjo)?
Eu disse que Ele era HaKadosh Baruch Hu (o Santo, Bendito Seja Ele) !!!’”
Na história transcrita, narrada pelo rabino Abahu, o Sumo Sacerdote Shim’on HaTsadik encontrava no Santo dos Santos um Ancião vestido de branco. Este Ancião não era um homem ou um anjo, mas era o próprio YHWH!!!
Então, torna-se de clareza solar que Shim’on HaTsadik encontrou YHWH em forma humana, como sendo um Ancião vestido de branco, e este episódio foi relatado pelo rabino Abahu, que cria na possibilidade de YHWH apresentar-se como homem.
Este pensamento é atestado pelo rabino David Sedley:
“Aparentemente o rabino Abahu acreditava que Deus pode assumir a forma humana!” (Rabbi Abahu and Rambam’s 3rd Ikkar).
Ao discorrer sobre a queda do rei de Ashur (Assíria) Sancheriv (Senaqueribe), o rabino Abahu afirma:
“O Santo [YHWH], Bendito seja Ele, apareceu diante dele [Senaqueribe] como um homem velho, e disse…” (Talmud Bavli, m. Sanhedrin, 95b).
Mais uma vez, verificamos que o Talmud atesta que YHWH se manifestava como homem!
Curial bosquejar que o rabino cabalista Aryeh Kaplan leciona que está incorreto o pensamento de que YHWH não pode se manifestar como homem:
“Portanto, o Judaísmo rejeita a possibilidade de que Deus jamais poderia ter assumido a forma humana” (The Handbook of Jewish Thought, Volume 1, Capítulo 2, Seção 4).
Primacial sublinhar que o rabino Abahu, apesar de crer na possibilidade de YHWH se manifestar como homem, não reconheceu Yeshua como Mashiach, lançando-lhe palavras ofensivas. Não obstante, as assacadilhas proferidas contra Yeshua externam exatamente como o Mashiach era visto pelos netsarim (nazarenos). Eis as imputações dirigidas a Yeshua, apesar de não mencionar expressamente o seu nome:
“Rabino Abahu disse: Se um homem dizer: ‘Eu sou Elohim’, ele é um mentiroso. Se ele dizer: ‘Eu sou o Filho do Homem’, ao final o povo irá rir dele. Se ele disser: ‘Eu subirei ao Céu’, ele disse, mas não irá realizar isto” (Talmud Yerushalmi, m. Ta’anit 65b).
Todas as três assertivas são extraídas, explícita ou implicitamente, dos Ketuvim Netsarim: 1) “Eu sou Elohim” (Yochanan/João 1:1 e 14); 2) “Eu sou o Filho do Homem” (Yochanan Marcus/Marcos 14:62) e 3) “Eu subirei ao Céu” (Yochanan Marcus/Marcos 14:62). Logo, depreende-se que o rabino Abahu esta criticando a ideia de que Yeshua seria Elohim, o que foi pregado pelo Mashiach e difundido por seus talmidim (discípulos).
Giza Robert Travers Herford que o rabino Abahu viveu em Cesareia, no final do terceiro e início do quarto século, e teve muitas discussões doutrinárias com os “cristãos”, que na verdade eram netsarim (nazarenos). Por isto, a passagem citada é um reflexo destes embates (Christianity in Talmud and Midrash, New York, Robert Travers Herford, página 62). Então, torna-se assente que os netsarim (nazarenos) ensinavam que “Yeshua é Elohim”, e este foi o motivo do menoscabo lançado pelo rabino Abahu.
Há no Talmud uma discussão entre os rabinos e os netsarim (nazarenos), sendo que estes últimos eram chamados de hereges (“minim”) por seus opositores. Afirmavam os netsarim que YHWH pode se manifestar de várias formas, inclusive na figura do Mashiach. Para defender este ponto de vista, os netsarim usavam várias passagens das Escrituras em que YHWH fala no plural, comprovando-se que o Mashiach seria uma emanação de Elohim. Por outro lado, já que os rabinos fariseus não criam em Yeshua, negavam a possibilidade de YHWH se manifestar de modo múltiplo.
Citar-se-á a passagem do Talmud, destacando-se que esta obra foi escrita pelos rabinos que não reconheceram Yeshua como Mashiach, razão pela qual as críticas lançadas contra os nazarenos devem ser vistas com reserva. Ao ler o texto, colocaremos interpolações entre colchetes, indicando a tese dos nazarenos de que os textos no plural comprovam que YHWH se manifesta de diversas formas, bem como a tese dos rabinos de que YHWH não tem capacidade para produzir várias emanações.
Eis o texto:
“R. Yonatan disse:
Em todas as passagens que os Minim [hereges = nazarenos] tomaram como base para a sua heresia, a sua refutação é encontrada proximamente.
[Nazarenos]: Assim: Façamos [verbo no plural] o homem à nossa imagem (Gênesis 1:26);
[Rabinos]: E ‘Elohim criou [verbo no singular] o homem à sua imagem (Gn 1:27).
[Nazarenos]: Vinde, desçamos [verbo no plural] e confundamos ali a sua língua (Gn 11:7);
[Rabinos]: E YHWH desceu [verbo no singular] para ver a cidade e a torre (Gênesis 11:5).
[Nazarenos]: Porque Elohim não foram revelados [plural] para ele (Gn 35:7);
[Rabinos]: A Elohim, que me respondeu [singular] no dia da minha angústia (Gn 35:3).
[Nazarenos]: Pois que grande nação há que tenha Elohim tão chegados [plural];
[Rabinos]: YHWH, nosso Elohim, é [singular] para todos aqueles que o invocam (Dt 4:7).
[Nazarenos]: Que outra nação na terra é semelhante a teu povo, como Yisra’el, a quem Elohim foram [plural] para resgatar um povo para si mesmo [singular] (2 Sm 7:23).
[Nazarenos]: Até que foram postos tronos [plural] e o Ancião se assentou (Dn 7:9).
[Rabinos]: Por que estes [tronos] são necessários [plural]? Para ensinar o dito de R. Yonatan, a saber: O Santo, bendito seja Ele, não faz nada sem consultar a Sua Corte Celestial [literalmente: Família], pois está escrito: A ordem é emitida por decreto das sentinelas, e a sentença anunciada pela palavra dos santos (Dn 4:14).
[Rabinos]: Agora, que seja satisfatório para todos [os outros versos], mas como explicar até que “foram postos tronos”? [plural] (Daniel 7:9).
Um [trono] era para si e outro para David [o Mashiach].
Mesmo que tenha sido ensinado: Um era para si e outro para David, esta é a visão do R. Akiva.
R. Yosef protestou-lhe: Akiva, quanto tempo tu irás profanar a Shechiná [a presença de YHWH]?
Em vez disso, um [trono] para a justiça, e o outro para a misericórdia.
Será que ele aceita [esta resposta] ou não? Venha e ouça!
Pois foi ensinado: Um [trono] é para a justiça e o outro para a misericórdia, que é a visão do R. Akiva.
Disse-lhe R. Eleazar b. Azaryah: Akiva, o que tu tens a ver com a Agadah[2]? Limita-te ao [estudo] dos Nega’im e Oholot[3]. Porém, um era o trono, o outro, um banquinho: um trono para um assento e um banquinho para apoiar os pés (Is 66:1).” (Talmud Bavli, m. Sanhedrin 38b).
Em suma, os nazarenos criam que o ETERNO é echad (um), mas se valiam de textos em que YHWH fala no plural para justificar que Elohim se manifesta de formas diversas, sendo o Mashiach uma emanação de YHWH. Em contrapartida, os rabinos se valiam de passagens no singular para tentar combater a doutrina dos nazarenos.
Ademais, explicavam os netsarim que os “tronos”, mencionados em Dani’el 7:9, diziam respeito às emanações do ETERNO como Elohim e como Yeshua HaMashiach. Já que os rabinos negavam que Yeshua era o Messias, passaram a explicar que um trono seria para a justiça e o outro para a misericórdia, ou um para o ETERNO e outro para servir de escabelo (banquinho) para seus pés.
CONCLUSÃO
De todos os dados até agora expendidos, pode-se afiançar que:
1) o Talmud afirma que YHWH apareceu como homem ao Sumo Sacerdote Shim’on HaTsadik, encarnado como um Ancião de branco;
2) o rabino Abahu ensinava que YHWH se manifestava em carne, tanto é que apareceu para Sancheriv (Senaqueribe) como um velho homem;
3) os dois fatos acima comprovam que Maimônides e os judeu ortodoxos estão totalmente errados, ao afirmarem a impossibilidade de YHWH se manifestar como homem. Afinal, existe alguma coisa impossível para YHWH?
4) o rabino cabalista Aryeh Kaplan ensina que a impossibilidade de YHWH apresentar-se como homem é ideia incorreta, segundo o Judaísmo antigo;
5) o rabino Abahu criticou Yeshua e os netsarim, em virtude de o primeiro autodeclarar-se: “Eu sou Elohim”;
6) o Talmud aponta que os netsarim defendiam que Yeshua é uma emanação de YHWH, fundamentando-se nas diversas passagens bíblicas em que YHWH está ligado a verbos no plural.
Destarte, o conceito de encarnação de YHWH não é fruto de invenção romana, como propagam os néscios, mas sim faz parte da milenar tradição judaica, que foi incorporada pelos Ketuvim Netsarim (Escritos Nazarenos/“Novo Testamento”).
Este ponto indiscutível foi tratado por Daniel Boyarin, judeu ortodoxo e Professor de Talmud da Universidade da Califórnia. Ainda que não creia em Yeshua como Mashiach, Boyarin lecionou que a ideia da encarnação de Elohim faz parte do antigo pensamento semita, e por tal razão:
“Muitos antigos judeus simplesmente aceitaram Yeshua como Elohim” (The Jewish Gospels: The Story of the Jewish Christ, 2012, página 6).
[1] Sobre o tema, leia o estudo do rabino David Sedley: “Rabbi Abahu and Rambam’s 3rd Ikkar”, disponível em https://rabbisedley.blogspot.com.br/2012/04/rabbi-abahu-and-rambams-3rd-ikkar.html.
[2] Conjunto de textos da literatura rabínica contendo parábolas e histórias, muitas de caráter folclórico.
[3] Nega’im e Oholot são dois tratados do Talmud.