Resposta doutrinária de Tsadok Ben Derech ao Rosh Marcos Abraão

Resposta doutrinária de Tsadok Ben Derech ao Rosh Marcos Abraão

Por Tsadok Ben Derech

Trata-se de parecer teológico acerca de determinadas concepções doutrinárias veiculadas pela instituição religiosa Beit El Shamah (Judaísmo da Unidade), presidida pelo Rosh Marcos Abraão, especificamente no que tange ao vídeo publicado no Youtube pelo referido líder, intitulado “Saia da Babilônia 2 – Quebrando a Kelipá de Edom!”[1].

A partir dos 59 (cinquenta e nove) minutos do vídeo citado, o Rosh Marcos Abraão lança as seguintes afirmações:

1) Yeshua nasceu de uma relação natural entre um homem e uma mulher, ou seja, não nasceu de uma virgem, conforme afirmam as Escrituras da B’rit Chadashá (Nova Aliança/“Novo Testamento”);

2) Yeshua é o Mashiach Ben Yosef, o mártir para a Casa de Israel;

3) Yeshua não ressuscitou. À noite seus discípulos o retiraram do túmulo e o enterraram perto de Tzfat, cidade em Israel, onde está até hoje, no lugar em que Arizom (sic)[2] chama de túmulo dos justos. Assim sendo, Yeshua está enterrado, esperando para ressuscitar como a primeira alma judia antes da batalha de Megido, ocasião em que as nações se unirão contra Israel;

4) as palavras de Ya’akov HaTsadik, irmão de Yeshua, foram preservadas por determinados sábios. Tais palavras foram guardadas para serem decodificadas no futuro, e isto estaria ocorrendo nos dias de hoje;

5)  Sha’ul (Paulo) mentiu para os gentios, pois, no livro de Romanos, capítulo 3, escreveu: “a minha mentira glorificou o ETERNO”;

6) o “Novo Testamento” foi inventado para legitimar uma nova religião, estando cheio de contradições e erros.

Data maxima venia, em que pese nutrirmos respeito e consideração pelo Rosh Marcos Abraão, é de nitidez vítrea que suas teses são incorretas à luz das Escrituras, bem como não possuem fundamento em dados históricos. Aliás, existem até mesmo gravíssimos erros sobre o conceito judaico de “Mashiach Ben Yosef”.

Curial ressaltar que todas as críticas ora bosquejadas são de caráter estritamente doutrinário e acadêmico, inexistindo qualquer propósito de ofender o Rosh Marcos Abraão, que sempre tratou o subscritor do presente estudo com fidalguia e apreço.

Passemos, pois, a tecer escólios prolépticos que demonstrarão a fragilidade das teses do Rosh Marcos Abraão.

1ª Tese incorreta:

Yeshua nasceu de uma relação natural entre um homem e uma mulher

Eis a pergunta a ser feita: Nasceu Yeshua de uma virgem?

Respondendo objetivamente: sim.  Teçamos argumentos sólidos que refutarão as teorias em contrário.

Dispõe o texto de Matityahu (Mateus) 1:23 em aramaico (Peshita):

ܕ݁ܗܳܐ ܒ݁ܬ݂ܽܘܠܬ݁ܳܐ ܬ݁ܶܒ݂ܛܰܢ ܘܬ݂ܺܐܠܰܕ݂ ܒ݁ܪܳܐ ܘܢܶܩܪܽܘܢ ܫܡܶܗ ܥܰܡܰܢܽܘܐܝܺܠ ܕ݁ܡܶܬ݁ܬ݁ܰܪܓ݁ܰܡ ܥܰܡܰܢ ܐܰܠܳܗܰܢ ܀

“Eis que a virgem irá conceber e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Amanuil [= Imanu’el], que interpretado é: conosco [está] Alahan [= nosso Elohim].

A Peshita usa a palavra “b’tulta” (ܒ݁ܬ݂ܽܘܠܬ݁ܳܐ), que geralmente significa (1) “virgem”, mas também pode significar (2) “uma mulher que ainda não deu à luz”. Ou seja, na segunda hipótese, a mulher teve conjunções carnais, porém, ainda não teve filhos (ex: em caso de esterilidade). Ambos os sentidos são possíveis, apesar de o primeiro sentido ser o mais usual[3].

Na tradução acima firmada, por que adotamos o sentido de “virgem”? Porque logo em seguida Matityahu explica categoricamente que Yosef não teve relações sexuais com sua esposa, conforme se extrai da dicção do texto de Mt 1:25 (Peshita):

ܘܠܳܐ ܚܰܟ݂ܡܳܗ ܥܕ݂ܰܡܳܐ ܕ݁ܺܝܠܶܕ݂ܬ݂ܶܗ ܠܰܒ݂ܪܳܗ ܒ݁ܽܘܟ݂ܪܳܐ ܘܰܩܪܳܬ݂ ܫܡܶܗ ܝܶܫܽܘܥ ܀

“E ele não a conheceu até o nascimento de seu filho, e o chamou pelo seu nome: Yeshua”.

O verbo “chakmah” (ܚܰܟ݂ܡܳܗ) significa conhecer sexualmente, conforme se verifica no Aramaico Galileu, Targum Aramaico Palestino e no Siríaco[4].

Logo, Yosef não teve relações sexuais com sua esposa até o nascimento de seu filho.

Ademais, Matityahu (Mateus) 1:23, ao usar a palavra “b’tulta” (virgem), concorda com o Tanach Peshita em Yeshayahu (Isaías) 7:14, que usa a mesma palavra, bem como encontra harmonia com a Septuaginta, já que esta, em Is 7:14, se vale do vocábulo grego “partenos” (virgem), in verbis:

Tanach Peshita – Yeshayahu (Isaías) 7:14:

ܡܛܠ ܗܢܐ݂ ܢܬܠ ܠܟܘܢ ܡܪܝܐ݁ ܐܠܗܐ ܐܬ݁ܐ.  ܗܐ ܒܬܘܠܬܐ ܒ݁ܛܢܐ݂ ܘܝ݁ܠܕܐ ܒܪܐ.  ܘܢܬܩ݂ܪܐ ܫܡܗ݂ ܥܡܢܘܐܝܠ

Septuaginta – Isaías 7:14:

διὰ τοῦτο δώσει κύριος αὐτὸς ὑμῖν σημεῖον ἰδοὺ ἡ παρθένος ἐν γαστρὶ ἕξει καὶ τέξεται υἱόν καὶ καλέσεις τὸ ὄνομα αὐτοῦ Εμμανουηλ

Percebe-se com clareza solar que:

1) a Peshita em Mt 1:23 utiliza o vocábulo “b’tulta” (ܒܬܘܠܬܐ, virgem);

2) o Tanach Peshita em Is 7:14 também registra a palavra “b’tulta” (ܒܬܘܠܬܐ, virgem);

3) os dois textos acima concordam com a Septuaginta, que lança mão do verbete “partenos” (παρθένος, virgem).

Mister lembrar que o Tanach em Hebraico, em Yeshayahu (Isaías) 7:14, usa a palavra “almah” (עלמה), que significa “jovem moça”, “donzela”. Todavia, naquela época, era natural que uma donzela fosse virgem. Por exemplo, em Gn 24:43, Rivka (Rebeca) era uma donzela (almah,עלמה ), e também era “virgem (betulá,בתולה ), a quem homem não havia conhecido” (Gn 24:16).

Pensemos: Yeshayahu (Isaías) profetizou que YHWH daria um sinal e uma donzela daria à luz um filho. Ora, uma mulher dar à luz é fato natural, e não um sinal! Somente faz sentido o texto se o “sinal” se referir a algum tipo de milagre. Com efeito, a palavra hebraica “ôt” (אות) significa “marca”, “sinal”, e é também usada pela Torá com o sentido de “milagre” (Exemplos: Ex 4:8, 9, 17, 28, 30; 7:3; Nm 14:11, 22; Dt 4:34). Aplicando este sentido à profecia de Is 7:14, a donzela teria um filho e isto seria um milagre, razão pela qual o nascimento virginal do Mashiach enquadra-se perfeitamente neste quadro profético.

Registra-se, ainda, que o renomado cristão Jerônimo escreveu vários artigos criticando a fé dos nazarenos, judeus que criam em Yeshua HaMashiach. Porém, apesar das duras críticas aos nazarenos, Jerônimo reconheceu que os judeus seguidores de Yeshua criam no nascimento virginal do Mashiach:

“Eles acreditam que o Messias, o Filho de Deus, nasceu da virgem Maria.” (Jerônimo, Letter 75, Jerome to Augustine).

Portanto, com fulcro nas passagens bíblicas bosquejadas, é incontestável que Yeshua nasceu sobrenaturalmente de uma virgem.

Ad argumentantum tantum, as Escrituras fornecem importantes pistas hermenêuticas acerca do nascimento sobrenatural do Mashiach.

Com efeito, as matriarcas Sará, (Sara), Rivka (Rebeca) e Rachel (Raquel) eram estéreis (Gn 18:11, 25:21 e 29:31), e geraram filhos de forma miraculosa. Da mesma forma, Miryam (Maria) gerou Yeshua sendo virgem, ou seja, o nascimento do Mashiach também adveio de um milagre. De tal sorte, faz parte da tradição judaica que pessoas importantes venham ao mundo por meio de nascimento sobrenatural.

Neste sentido, giza Alfred Edersheim que os milagres de Israel eram um retrato do que iria acontecer com o Mashiach:

“Talvez o elemento mais valioso do comentário rabínico sobre os tempos messiânicos é aquele em que, como tantas vezes, é explicado que todos os milagres e livramentos do passado de Israel seriam reeditados, só que de maneira muito mais ampla, nos dias do Messias. Assim, todo o passado era simbólico e tipificava o futuro: É neste sentido que precisamos entender os dois ditos do Talmud: ‘Todos os profetas profetizaram apenas sobre os dias do Messias’ (Sanhedrin 99a), e ‘O Mundo foi criado apenas para o Messias’ (Sanhedrin 98b).” (The Life and Times of Jesus The Messiah, página 114).

Em outras palavras, os nascimentos miraculosos dos patriarcas foram símbolos do que ocorreria de forma mais amplificada no futuro, qual seja, o nascimento virginal do Mashiach, já que todos os profetas profetizaram apenas sobre os dias do Mashiach (Talmud, Sanhedrin 99a).  

Alguns se questionam sobre o milagre do nascimento de Yeshua: “Como isto foi possível?” Ora, existe algo impossível para YHWH? Há prodígio que seja difícil para quem criou o Universo?

Doravante, passa-se à análise de textos que comprovam o nascimento virginal do Mashiach à luz da literatura rabínica, revelando segredos contidos nas Escrituras.

Há emblemático texto no Tanach que revela interessante segredo acerca do nascimento do Mashiach:

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, El Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;

para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de David e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo de YHWH TS’VAOT fará isto” (Yeshayahu/Isaías 9:5-6, versões cristãs: Is 9:6-7).

De acordo com o Targum, a profecia acima refere-se ao Mashiach:

TARGUM DE YESHAYAHU (Isaías) 9:5 (6):

  אְמַר נְבִיָא לְבֵית דָוִיד אְרֵי  רָבֵי  אִתיְלֵיד לַנָא בַר אִתיְהֵיב לַנָא וְקַבֵיל אוֹרָיתָא עְלוֹהִי לְמִיטְרַה וְאִתקְרִי שְׁמֵיה מִן קְֹדָם  מַפלִי  עֵיצָא אְלָהָא גִיבָרָא קַייָם עָלְמַיָא מְשִׁיחָא דִשׁלָמָא יִסגֵי עְלַנָא בְיוֹמוֹהִי׃

 “Disse o profeta para a Casa de David: Porque um menino nasceu e um filho nos foi dado, e ele recebeu a Torá para si, para guardá-la; e o seu nome é chamado desde a eternidade: Maravilhoso, Conselheiro, Elaha [Elohim] Forte, que vive eternamente, o Mashiach, do qual a paz será grande sobre nós em seus dias”.

Partindo-se da premissa de que o profeta Yeshayahu (Isaías) está falando sobre o Mashiach, causa estranheza um suposto erro de Hebraico no Texto Massorético de Is 9:6 (7):

“para que se aumente (לְםַרְבֵּהlemarbê) o seu governo…”.

Perceba que aparece um “mem fechado” no meio da palavra, quando o correto seria estar escrito um simples “mem” (מ). Por que existe esta anomalia no texto?

Explica o Talmud que a passagem de Is 9:5-6 (6-7) não se refere a Chizkyahu (Ezequias), ou seja, ele não é o Mashiach em razão do “mem fechado” e por causa de um grande segredo de Elohim, que é revelado pela utilização de um “mem sofit” (ם) no meio da palavra:

“… o Atributo da Justiça disse perante o Santo, Bendito Seja [YHWH]: Soberano do Universo! Se tu não fizeste David o Mashiach, que proferiu tantos hinos e salmos diante de ti, tu nomearás Chizkyahu (Ezequias) como tal, que não te louvou, apesar de todos os sinais que tu fizeste para ele?

Por isso, [o mem] foi fechado [לְםַרְבֵּה, Is 9:6 (7)].

Imediatamente a terra exclamou: Senhor do Universo! Deixe-me entoar música diante de ti em vez deste homem justo, e faça-o Mashiach. Por isso, [a terra] começou a cantar diante Dele, como está escrito: Dos confis da terra ouvimos cantar: Glória aos justos. Em seguida, o Princípe do Universo[5] disse-lhe: Soberano do Universo! Ela [a terra] tem cumprido o teu desejo [de cânticos de louvor] em nome deste homem justo. Mas gritou uma voz celestial: Este é o meu segredo, este é o meu segredo[6]” (Talmud, Sanhedrin 94a).

Ante a porção transcrita do Talmud, constata-se que YHWH rejeitou o rei Chizkyahu (Ezequias) para ser o Mashiach, e por isso o “mem” foi fechado em Is 9:6 (7). Então, a terra clamou e intercedeu em prol do rei, mas o ETERNO manteve a sua decisão, e esclareceu que se tratava de um “segredo”.

Qual é o segredo do “mem” fechado em Is 9:6 (7)?

De acordo com a Cabalá, a letra mem (מ) está associada ao ventre:

“Três Mães: Álef (א), Mem (מ), Shin (ש),

Na alma, macho e fêmea,

são a cabeça, o ventre e o peito.

A cabeça  é criada do fogo (אש),

O ventre é criado da água (מים),

E o peito, do fôlego (רוח),

decide entre eles” (Sefer Ietsirá 3:6).

O Bahir, outro relevante livro da Cabalá, ensina que não só o “mem” (מ) simboliza o ventre, mas que o “mem aberto” (מ) representa um ventre aberto, e que um “mem fechado” (ם) representa um ventre fechado:

“O ‘mem’ aberto (מ). O que é o ‘mem’ aberto? Ele inclui tanto homens como mulheres.

O que é o ‘mem’ fechado (ם)? É feito como um ventre de cima[7]. Mas o rabino Rahumai disse que o ventre é como a letra ‘têt’ (ט). Ele disse que é como um ‘têt’ no interior, enquanto eu digo que é como um ‘mem’ do lado de fora.

O que é um ‘mem’? Não leia ‘mem’ (מ), mas ‘mayim’ (água,מים ). Assim como a água é molhada, da mesma forma o ventre é sempre molhado. Por que o ‘mem’ aberto (מ) inclui tanto homens como mulheres, enquanto o ‘mem’ fechado é masculino? Isso nos ensina que o ‘mem’ é essencialmente masculino. A abertura [do mem] foi então adicionada a ele por causa da fêmea. Assim como o homem não pode dar à luz, da mesma maneira o ‘mem’ fechado (ם) não pode dar à luz. E assim como a fêmea tem uma abertura com a qual dá à luz, então, o ‘mem’ aberto dá à luz. O ‘mem’ é, portanto, aberto e fechado” (Bahir, 84 e 85).

Ou seja, o ‘mem’ fechado representa um “ventre fechado”, incapaz de gerar filhos.

Com fundamento em todos os textos trazidos à baila, constata-se que:

1) Yeshayahu (Isaías) 9:6 (7) utiliza de forma anômala um “mem” fechado no meio da palavra “lemarbê”: “para que se aumente (לְםַרְבֵּהlemarbê) o seu governo…”;

2) o Talmud assevera que Chizkyahu (Ezequias) não é o Mashiach, e que isto se deve ao fato de o “mem” ter sido fechado em Is 9:6 (7). Atesta ainda o Talmud que o “mem” fechado é uma referência ao Mashiach, e que se trata de um “segredo” do ETERNO (Sanhedrin 94a);

3) a letra “mem” diz respeito ao ventre (Sefer Ietsirá 3:6), e o “mem” fechado significa ventre que não pode dar à luz. Assim sendo, o “mem fechado” de Is 9:6 (7), que diz respeito ao Mashiach (Sanhedrin 94a), aponta simbolicamente para a impossibilidade de uma mulher gerar filho, que foi exatamente o caso de Miryam, mãe de Yeshua, já que era virgem e não conheceu Yosef (José) até o nascimento do Mashiach (Mt 1:23 e 25). É por este motivo que Matityahu (Mateus) escreveu:

“Eis que a virgem irá conceber e dará à luz um filho…” (Mt 1:23).

Aliás, o cabalista Avraham Abulafia escreveu, em linguagem mística, que Chavá (Eva) seria inseminada pela Ruach HaKodesh (Espírito Santo) e daria à luz o “Filho Permanente/Duradouro” (Ben shel kaymah, בן של קימה)[8]. Já que nos escritos de Abulafia o nome Chavá aparece, certas vezes, como um protótipo das mulheres em geral e o “Filho Permanente/Duradouro” é uma alusão, ainda que implícita, ao Mashiach, deduz-se que este nasceria da inseminação sobrenatural operada pela Ruach HaKodesh em uma mulher. Por tal motivo, o ínclito e renomado cabalista Moshé Idel enxerga nas palavras do rabino Abulafia o típico conceito cristão de “imaculada concepção”, também presente em determinadas obras da Cabalá judaica[9].

Neste diapasão, no século XV, aflorou na Cabalá teosófica-teúrgica a obra Sefer HaMeshiv[10], que foi um dos livros mais anticristãos da Idade Média. Este texto ataca asperamente o Cristianismo, prescrevendo que Yeshua foi um bastardo, desviou-se de seu Mestre e se tornou um ser em trevas, e que arrastou uma multidão a adorar Baal e Asherá.

Em que pese a aversão do livro a Yeshua, o Sefer HaMeshiv fala claramente acerca do nascimento virginal do Mashiach esperado pelos judeus:

O segredo da ‘virgem, que nenhum homem a conheceu’…

[בְתוּלָ֔ה אֲשֶׁ֧ר לֹֽא־יָדְעָ֛ה אִ֖ישׁ, Jz 21:12]

Esta é real virgem, feita de fogo, e ela está sexualmente receptiva [literalmente: como vaso receptor], e em semelhança foi criada para Israel, como esposa e como virgem… E no fim da redenção o segredo do Mashiach virá a Israel.

Até o tempo ela permanecerá virgem, e então o Espírito Divino entrará em sua bocae um Espírito de fogo consumidor virá até a sua abertura e emergirá a partir do Santuário, e residirá, trancado. E no tempo, quando o Espírito emergir, tomará a forma de fogo. Este é o segredo da constelação de Virgo [= Virgem].  Portanto, esta é a constelação de Israel, e este é o sentido místico do verso: ‘Levante, virgem de Israel’ [Am 5:2]… e este é o segredo da interpretação do verso: ‘A virgem, que nenhum homem a conheceu’ [Jz 21:12], até que Adonai [YHWH] venha a ungir aquele que virá[11].

No texto acima, há a versão cabalista do nascimento virginal do Mashiach, pois as sefirot Tiferet e Yesod, mencionadas anteriormente na obra, descem do alto e ingressam pela boca da virgem, gerando o Mashiach.

Continua o Sefer HaMeshiv relatando o caso da seguinte forma:

“O verso diz: ‘Porque o jovem se casa com a virgem’ [Is 62:5]. Este é o segredo da restauração da Shechiná [Presença Divina] ao seu antigo estado e à primeira força (poder). Este é o segredo da descida do meu Mashiach a partir dos céus, diante dos olhos de todas as criaturas viventes[12]”.

Segundo o aclamado judeu cabalista Moshé Idel, ao analisar o Sefer HaMeshiv, há uma relação entre a virgem, a Shechiná [= Ruach HaKodesh] e o Mashiach, e as doutrinas cristãs do nascimento virginal e da divindade do Mashiach encontram-se presentes na literatura judaica da Cabalá, concluindo o prestigiado Professor que o Mashiach é “o filho da Shechiná e do Ya’akov celestial[13]”, e que “reflete a divindade de Deus[14]”.

A título de conclusão, rememora-se que David Flusser, ínclito judeu ortodoxo e historiador da Universidade Hebraica de Jerusalém, visitou a Finlândia em 1984, ocasião em que foi inquirido sobre as questões mais difíceis do “Novo Testamento” à luz das doutrinas judaicas. Perguntaram-lhe se as ideias do nascimento virginal e da ressurreição de Yeshua eram compatíveis com o Judaísmo antigo. Respondeu o renomado Professor:

“Nada disto vai contra o pensamento judaico”.

Destarte, o nascimento virginal de Yeshua possui fundamento claro nas Escrituras, tanto do (i) Tanach quanto da (ii) B’rit Chadashá, sendo atestado também pela (iii) antiga tradição dos judeus nazarenos, plenamente compatível com os ensinos do (iv) Talmud e da (v) Cabalá.

2ª Tese incorreta:

Yeshua é o Mashiach Ben Yosef

É incorreto afirmar, como o fez o Rosh Marcos Abraão, que Yeshua é o Mashiach Ben Yosef[15]. Por quê? Porque Yeshua nada tem que ver com o Mashiach Ben Yosef descrito na literatura rabínica!

Com efeito, a tradição judaica discorre sobre o Mashiach Ben Yosef, também denominado de Mashiach Ben Efrayim, que possui, dentre outras, as seguintes características primárias:

1) é descendente da tribo de Efrayim (m. Suká 52a, Zohar I 125b, III: 246b e 252b; Midrash Agadot Mashiach; Midrash Tehilim 60:3; Pesikta Rabaty, cap. 36-37);

2) possui natureza política e militar, empreendendo guerra contra as forças que oprimem Israel (Midrashim messiânicos Zerubavel; Malachei Elyon, parte II, do R. Margolius; Agadat Mashiach; Vayosha);

3) será morto na guerra de Gog e Magog (Rashi sobre Suká 52a).

Ora, Yeshua não apresenta nenhuma das três características acima descritas, pois:

1) não é descendente da tribo de Efrayim, e sim da tribo de Yehudá/Judá (Mt 1:1-17);

2) não foi um líder político e militar, razão pela qual não liderou nenhuma guerra contra os inimigos de Israel;

3) não foi morto da guerra de Gog e Magog, mas sim morreu voluntariamente no madeiro, em um ato de autossacrifício em prol de Israel e de todos aqueles que nele creem, seguindo seus ensinamentos.

Por conseguinte, Yeshua não se encaixa no perfil do Mashiach Ben Yosef descrito na literatura rabínica.

Destarte, Yeshua é o Mashiach de Israel, conforme os conceitos messiânicos existentes nas Escrituras e no Judaísmo do período do Segundo Templo, e tais conceitos são diversos daqueles estabelecidos para o Mashiach Ben Yosef pelas fontes rabínicas.

3ª Tese incorreta:

Yeshua não ressuscitou, está enterrado perto da cidade de Tzfat

Esta assertiva do Rosh Marcos Abraão carece de comprovação histórica ou arqueológica. Onde estão as provas concretas acerca de suas alegações?

Caso os judeus ortodoxos soubessem onde está o corpo de Yeshua, com toda certeza iriam revelar tal fato ao mundo, já que isto aniquilaria a fé de cristãos e de judeus messiânicos/nazarenos em todo o mundo. Então, por que ninguém aponta onde Yeshua está supostamente sepultado?

Pensemos: se em tese alguém soubesse o local em que Yeshua está enterrado, este fato seria revelado ao mundo inteiro, porquanto seria a maior descoberta arqueológica de todos os tempos. Quem apontasse o local do enterro do Nazareno receberia diversos prêmios internacionais, inclusive seria bastante prestigiado no meio judaico em Israel, tendo em vista que conseguiria provar que o Judaísmo é verdadeiro e o Cristianismo é falso. Todavia, até hoje ninguém conseguiu comprovar absolutamente nada.

Será que o Rosh Marcos Abraão é o único ser humano no planeta Terra que sabe onde Yeshua está sepultado? Assim sendo, por que não convida toda a mídia internacional para cobrir, ao vivo, o noticiário do século, qual seja, a revelação do local do sepultamento de Yeshua?

Alegações sem provas concretas não podem ser recebidas com seriedade!   

Nem podem ser aceitos livros sem nenhuma credibilidade pela comunidade acadêmica. Tempos atrás li determinada obra afirmando que existiria prova histórica de que Yeshua não ressuscitou, e que o seu corpo foi retirado do sepulcro por seus discípulos essênios. A “prova” do livro reside em um documento secreto da Maçonaria, que não poderia ser divulgado ao público. Ora, se ninguém nunca viu este suposto documento, como poderá ser confiável?

Por conseguinte, as palavras do Rosh Marcos Abraão somente poderão ser analisadas caso o mesmo apresente as suas alegadas provas, que estarão sujeitas ao escrutínio de especialistas, os quais poderão confirmá-las ou rejeitá-las.

Já que nenhuma prova concreta foi produzida pelo referido Rosh, sua tese deve ser descartada liminarmente.

Importante registrar que o conceito de morte e de ressurreição do Mashiach ao terceiro dia existia no Judaísmo do Período do Segundo Templo antes mesmo de Yeshua ter nascido, conforme estudo disponível em:

www.youtube.com/watch?v=DPAbEnvtePo

Assim sendo, a ressurreição de Yeshua cumpre não apenas profecias do Tanach, mas também guarda compatibilidade com conceitos existentes no Judaísmo do Período do Segundo Templo.

4ª Tese incorreta:

As palavras de Ya’akov HaTsadik, irmão de Yeshua, foram preservadas por determinados sábios. Tais palavras foram guardadas para serem decodificadas no futuro, e isto estaria ocorrendo nos dias de hoje

Eis a pergunta que não quer se calar: Quem são estes sábios?

Simplesmente o Rosh Marcos Abraão lança mão de palavras de supostos sábios, mas não indica quem são, impedindo que tais pessoas e suas respectivas declarações sejam examinadas, estudadas, questionadas e impugnadas.

Se tais palavras realmente existissem e tivessem credibilidade científica, já teriam sido reveladas há tempos por historiadores, visto que representariam um fato histórico bombástico. Não obstante, ninguém nunca comprovou a existência de tais palavras “secretas” de Ya’kov HaTsadik. Existem apenas livros apócrifos do “Novo Testamento”, já rechaçados pelos maiores especialistas do mundo.

Ademais, a Universidade Hebraica de Jerusalém possui fama internacional na pesquisa do denominado “Jesus histórico”, e em tal instituição ninguém detém conhecimento sobre “o diário secreto” de Ya’akov HaTsadik. Seria ingenuidade pensar que os maiores intelectuais do planeta são totalmente ignorantes no assunto, e que o Rosh Marcos Abraão tornou-se o único detentor da verdade quanto ao fato em questão.

5ª Tese incorreta:

Sha’ul (Paulo) mentiu para os gentios, pois, no livro de Romanos, capítulo 3, escreveu: “a minha mentira glorificou o ETERNO”

Eis o verso bíblico em que o Rosh Marcos Abraão afirma que Sha’ul (Paulo) mentiu para os gentios:

אֵן גֵּיר שׁרָרֵה דַּאלָהָא אֵתיַתַּר בּדַגָּלוּתי לתֵשׁבּוּחתֵּה דִּילֵה למָנָא הָכִיל אֵנָא אַיכ חַטָיָא מֵתּתּדִין אנָא

“Mas, se a verdade de Elohim foi aumentada pela minha mentira para a sua glória, portanto, por que sou julgado como pecador?” (Rm 3:7, tradução pessoal da Peshita).

Ora, que mentira é esta? Será que Sha’ul está confessando que mentiu para os gentios? Não!

O contexto da passagem não foi corretamente interpretado pelo Rosh Marcos Abraão, sendo que o texto bíblico citado é explicado pelo verso 4:

חָס אִיתַוהי גֵּיר אַלָהָא שַׁרִירָא וכֻל בַּרנָשׁ דַּגָּל אַיכַּנָא דַּכתִיב דּתֵהוֵא כּאִין בּמֵלַיכּ ותֵזכֵּא כַּד דָּינִין לָכ

“Absolutamente não! Porque Elohim é verdadeiro, e todo homem é mentiroso [ou: falso; Sl 116:11], como está escrito: ‘Você deve ser justo em suas palavras, e inocente quando o julgarem’ [Sl 51:4]” (Rm 3:4, tradução pessoal da Peshita).

Por que Sha’ul está dizendo que todo homem é mentiroso (falso)?

Porque Sha’ul cita o Salmo 116:11, fazendo um midrash no sentido de que todos os seres humanos deveriam ser condenados por mentira/falsidade, isto é, por transgredirem a vontade do ETERNO. Com efeito, escreveu Sha’ul que não há nenhum justo, nenhum sequer (Rm 3:10, que se inspira em Ec 7:20, Sl 14:1 e 53:1), e o Rosh Marcos Abraão insiste em afirmar que o ensino de Sha’ul em Rm 3:10 é falso e mentiroso[16].

Ora, este conceito de Sha’ul, além de ser compatível com as Escrituras, também encontra eco no Talmud.

Há passagem em que o R. Eliezer pergunta ao R. Akiva se estava conseguindo cumprir toda a Torá, e este afirma que não, pois não existe homem justo sobre a terra:

“[R.Eliezer] disse-lhe: Akiva, tenho negligenciado qualquer coisa de toda a Torá? Ele [Akiva] respondeu: Rabeinu nos ensinaste: ‘Pois não há homem justo sobre a terra que faça o bem e nunca peque’ [Ec 7:20]” (m. Sanhedrin 101a).

Ou seja, R. Sha’ul (Paulo) e R. Akiva afirmam praticamente com as mesmas palavras que ninguém é justo diante do ETERNO (todos pecaram), e ambos os rabinos extraem suas lições de Ec 7:20, comprovando-se, portanto, que a declaração do Rosh Marcos Abraão, no sentido de que Sha’ul mentiu em Rm 3:10, é manifestamente absurda.

De acordo com o Judaísmo, o homem é pecador por natureza, consoante as esmeradas palavras de Abraham Cohen, um dos mais brilhantes estudiosos do Talmud do século XX:

Muitos enunciados podem ser citados do Talmud para provar que o homem é pecador por natureza” (Everyman’s Talmud, 1995, página 96).

Em idêntico sentido, o Midrash Rabá prescreve que o homem se torna pecador desde a sua meninice, quando “desperta para o mundo”:

 “Antoninus perguntou ao nosso Rabino [Yehudá HaNasi]: ‘Quando o mal é colocado no homem?’. Ele [Yehudá HaNasi] respondeu: ‘Tão logo ele seja formado [no embrião]’. Então, ele [Antoninus] replicou: ‘deste modo, ele deveria escavar o ventre da mãe e emergir, antes de quando ele emerge [do ventre]’. O Rabino concordou com ele, porque a sua compreensão harmoniza-se com a Escritura, isto é, ‘porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice’ [Gn 8:21]. R. Yehudá disse: Está escrito ‘meninice’ (desde o despertamento), que significa: desde quando ele desperta para o mundo” (Midrash Rabá, Parashat Noach, XXXIV, 10).

Infere-se, portanto, das passagens referidas do Talmud e do Midrash que o homem é reputado pecador pelo ETERNO, e por este motivo a condenação de todos os seres humanos seria justa, caso Elohim aplicasse a sua estrita justiça.

Nem mesmo os patriarcas, considerados justos pelas Escrituras, escapariam da condenação do ETERNO, como atesta o Talmud:

“Foi ensinado: R. Eliezer, o Grande, disse: Se o Santo, Bendito Seja [YHWH], desejasse entrar em julgamento com Avraham (Abraão), Yits’chak (Isaque) e Ya’akov (Jacó), nem mesmo eles poderiam ficar de pé diante de sua reprovação” (m. Arachin 17a).

Assim sendo, como visto nas citações colacionadas, o ensino de Sha’ul de que não existe justo (Rm 3:10, inspirado em Ec 7:20, Sl 14:1 e 53:1) é totalmente compatível com as Escrituras e com o Talmud (m. Sanhedrin 101a), mas, infelizmente, o Rosh Marcos Abraão insiste em dizer que Sha’ul mentiu, e assim procedendo o Rosh comete erro crasso.

O que o Rosh Marcos Abraão não entende, por descartar conceitos primários do Judaísmo, é que ninguém poderia ser considerado justo pelas próprias forças diante do ETERNO (Rm 3:10; Ec 7:20; Sl 14:1 e 53:1; Talmud, Sanhedrin 101a, Arachin 17a), porém, o ETERNO pode usar de misericórdia e reputar determinados homens como justos (Gn 6:9, Sl 1:6, 5:12 etc), perdoando-lhes os pecados caso haja sincero arrependimento.  

É no contexto da pecaminosidade do homem que Sha’ul leciona: 

“Absolutamente não! Porque Elohim é verdadeiroe todo homem é mentiroso [ou: falso], como está escrito: Você deve ser justo em suas palavras, e inocente quando o julgarem” (Rm 3:4).

“Mas, se a verdade de Elohim foi aumentada pela minha mentira para a sua glória, portanto, por que sou julgado como pecador?” (Rm 3:7).

Nos textos citados, Sha’ul estabelece a contraposição entre a verdade (Elohim) e a mentira (o homem pecador). Em outras palavras, Sha’ul está afirmando que é pecador (mentiroso/falso), porquanto todos estão debaixo do pecado (Rm 3:9). Porém, o seu pecado fez abundar a verdade de Elohim para sua glória, à medida em que foi justificado pelo chessed (graça/misericórdia) do ETERNO por meio de Yeshua HaMashiach (Rm 3:24-25).

Logo, o texto sub examine não está apregoando, em momento algum, que Sha’ul inventou um plano ardiloso para enganar os gentios, mas sim que todos os seres humanos estão debaixo da mentira (pecado), e que somente YHWH é verdadeiro. Isto não significa que os homens devam viver no pecado (mentira): “Quanto aqueles que nos injuriam, e falam que nós dizemos: façamos o mal para que venha o bem, a sentença  que lhes é reservada é justa” (Rm 3:8).

6ª Tese incorreta:

O “Novo Testamento” está cheio de contradições e erros

Faz tempos que este argumento já foi refutado quando discordei de determinadas pessoas, conforme se verifica no seguinte vídeo do Youtube:

www.youtube.com/watch?v=RBZNVu9Bgr0

Citam-se também, por oportuno, as sábias palavras do Professor Matheus Zandona, que poderão ser analisadas em aquilatado e brilhante estudo:

www.youtube.com/watch?v=T-rrqAeK_ek

Conclusão

À guisa de conclusão, mister afiançar que 27 (vinte) rabinos e eruditos judeus que creram em Yeshua nunca endossaram qualquer uma das citadas teses do Rosh Marcos Abraão. Eis a lista de tais sábios: Rabbi Shlomoh Meir Ben Moshé, Rabbi Daniel Zion, Rabbi Armond Danny Moyal, Rabbi Leopold Cohn, Rabbi Isaac Lichtenstein, Rabbi Max Wertheimer, Rabbi Harold Vallins, Rabbi Philipp Philips, Rabbi Sam Stern, Michael Solomon Alexander, Rabbi Joseph Teischman, Rabbi Kaufmann Kohler, Rabbi P. Daniel Weiss, Dr. Israele Zolli, Rabbi Dr. Müller, Rabbi Henry Bregman, Rabbi Ephraim Ben Joseph Eliakim, Rabbi Jacobs, Rabbi George Benedict, Rabbi Chil Slostowski, Rabbi Charles Freshman, Rabbi Berg, Rabbi Asher Levy, Rabbi Rudolf Hermann Gurland, Rabbi Dr. T. Tirschtiegel, Rabbi Azriel Ben Isaac e Rabbi Marcus Hoch.

Se não bastasse, desconhecemos a existência de sequer 1 (um) rabino ortodoxo que tenha crido em Yeshua HaMashiach e atestado as citadas assertivas do Rosh Marcos Abraão.

Destarte, ante todos os argumentos bosquejados ao longo do presente estudo, verifica-se com clareza solar que as teses propostas pelo Rosh Marcos Abraão não possuem nenhum fundamento nas Escrituras, estão desprovidas de comprovação histórica e arqueológica, bem como não são corroboradas por grandes sábios judeus que reconheceram Yeshua como Mashiach.

 

 


[2] O Rosh Marcos Abraão cita do nome de “Arizom”, o que é um erro. Em verdade, trata-se de Arizal (e não Arizom), acróstico que significa “Ari, de abençoada memória”, referindo-se ao grande rabino cabalista Yits’chak Luria, também conhecido como HaAri ou HaAri HaKadosh.

[3] Veja: Lexicon Syriacum de Carl Brockelmann; Thesaurus Syriacus de Payne Smith; SEDRA de George Kiraz, dentre outros.

[4] Neste sentido, consulte-se o Syriac Electronic Data Retrieval Archive (SEDRA) do Dr. George A. Kiraz.

[5] Muitos identificam este Príncipe como sendo Metatron. No livro “Judaísmo Nazareno”, explicamos que Metatron é o Mashiach.

[6] Muitos rabinos entendem que o atraso na vinda do Mashiach é um segredo de Elohim.

[7] Alusão ao mundo superior.

[8] Consulte as obras de Natan Ben Sa’adyah, Sh’arei Tzedeq, p. 374, e Moshé Idel, Ben: Sonship and Jewish Mysticism, p.337.

[9] Moshé Idel, Ben: Sonship and Jewish Mysticism, p.337.

[10] Livro do Respondente.

[11] Ms. Jerusalém-Mussaioff 24, fol. 34b; Ms.Jerusalém-Mussaioff 5, fol. 120.

[12] Ms. Jerusalém, 147, fol. 102b.

[13] À luz da Cabalá, o aspecto feminino de YHWH se une ao seu aspecto masculino, e ambos geram, simbolicamente, um “Filho”, que é considerado uma das emanações das sefirot do Ein Sof, o Ser Infinito.

[14] Moshé Idel, Ben: Sonship and Jewish Mysticism, páginas 437 a 439.

[15] Messias, filho (descendente) de José.

[16] Vídeo intitulado A verdadeira história de Ieshua- Porque Shaul (Paulo) ensinou errado?”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=gpLk2WpFu_k. A partir dos 17 minutos e 24 segundos, o Rosh Marcos Abraão começa a lecionar que Sha’ul mentiu. Especificamente sobre Rm 3:10, o referido Rosh diz que Sha’ul mentiu a partir dos 25 minutos e 5 segundos.

 

 

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